Por Dr. Mauro Moore, médico psiquiatra do corpo clínico do
Hospital Israelita Albert Einstein.
Descobri que a palavra “elegante”, eleg+ante, se refere à pessoa que quer eleg-er a si própria, ser eleg-ida, eleita, escolhida por qualidades e virtudes especiais. Estas qualidades podem ser exteriores, como a moldura de um quadro, ou interiores, como a tela, a qualidade da obra de arte. Os eleitores podem estar fora, (avaliação feita pelos outros), ou dentro da própria pessoa (a autoavaliação).
Nas academias cuida-se e exibe-se a moldura, a aparência. O que vale, aí, é a estética e um pouco de etiqueta, que é a etiquette, a pequena ética. Nas leituras, nos estudos, nas palestras de desenvolvimento cultural e pessoal, cuida-se da tela, da essência, da pessoa que se é, nas áreas intelectual e ética. Cá entre nós, é preocupante a desproporção míope que se tem visto entre o esforço e o tempo gastos na academia para o aprimoramento físico, e a dedicação muito menor para o desenvolvimento da personalidade. Será que é só porque é mais fácil puxar ferro do que alongar as idéias?
Elegância para quê?
Se o desejo de ser elegido, eleito, se a busca da elegância e do desenvolvimento tiverem como contratante a empresa Vaidade, Voracidade, Arrogância & Cia., o resultado não será bom, nem para a pessoa, nem para a sociedade. O melhor contrato é com o Bem-estar Pessoal (a satisfação de perceber-se em saudável desenvolvimento) e o vínculo com o Bem-estar Social (a satisfação de perceber-se útil para o bem-estar coletivo).
Equilíbrio é a meta
Muitas pessoas se especializam na aparência, deixando a essência de lado. Resultado? Saem bem na foto, mas vão mal no filme. Todos nós conhecemos quem tem muita etiqueta (a pequena ética, dos modos à mesa, do “ladies first” do muito obrigado etc.), mas atua frente aos outros com ética muito pequena. Outras pessoas desenvolvem-se bem na sua essência, mas têm inibições para cuidar também da aparência; alegam falta de tempo, falta de paciência etc.
Mens sana in corpore sano? Claro. Mas há o risco de mens parva (pequena) in corpore super-malhatus.
Corpos elegantes e personalidades interessantes, elegantes e éticas. O desenvolvimento deve ser harmônico, para que a avaliação dos outros e a autoavaliação levem você a um estado de verdadeiro bem-estar adulto.
Afinal, você passará toda a sua vida consigo mesmo– portanto, é bom tratar de tornar-se uma boa pessoa, aquela que você realmente admire!
Fonte: http://blog.einstein.br/categoria.aspx?categoria=Comportamento
Muito boa definição de elegância, imagino eu que o elegante é eleito por outros e muitas vezes não pela tela mas pelo conteúdo...parabéns!
ResponderExcluirOi TI! é isso ai...
ResponderExcluirObrigada pela visita e o comentário.